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Bebês com problemas respiratórios do sono podem ter problemas de comportamento no futuro

segunda-feira, 16 de abril de 2012 0 comentários
Você por um acaso já observou se seu filho ronca, respira pela boca ou tem episódios de apneia noturna (ou seja, faz algumas paradas respiratórias ou parece engasgar durante o sono)? Saiba que isso pode explicar as dificuldades escolares ou problemas de comportamento de seu filho, mesmo se esses problemas respiratórios tenham ocorrido apenas no passado.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein (Nova York) e da Universidade de Michigan (Ann Arbor) examinaram os efeitos sobre o comportamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS). Para isso, os pais foram perguntados sobre sintomas de DRS em ≥ 2 levantamentos aos 6, 18, 30, 42, 57 e 69 meses. Os pais também completaram o Questionário de Capacidades e Dificuldades aos 4 (n = 9140) e 7 (n = 8098) anos.

As análises produziram cinco diferentes grupos ("clusters") de trajetórias dos sintomas de DRS, que puderam prever ≈ 20% a 100% de uma maior chance de comportamento problemático, controlando para 15 possíveis fatores de confusão. Muitos desses sintomas de DRS surgiam precocemente, com picos de intensidade até mesmo antes dos 18 meses, e diminuiam durante o desenvolvimento. Entretanto, mesmo com a diminuição dos DRS, as crianças ainda apresentaram problemas de comportamento como hiperatividade, problemas de conduta, dificuldades com os colegas e distúrbios emocionais. De acordo com Karen Bonuck, principal autora do trabalho, os problemas de sono são um insulto ao corpo e à mente em desenvolvimento de uma criança. Ou seja, mesmo com uma eventual melhora dos problemas respiratórios, podem persistir algumas dificuldades cognitivas e problemas comportamentais. Isso nos alerta para o impacto sobre o desenvolvimento das crianças e adolescentes de outros problemas do sono, como privação do sono decorrente de uso até tarde de computadores, videogames, celulares e TV. Caso os distúrbios de sono sejam tratados, já há evidências de que os problemas cognitivos e de comportamento podem ser amenizados.

Enfim, neste grande estudo longitudinal de base populacional, os autores verificaram que os sintomas precoces de DRS têm efeitos estatísticos fortes e persistentes sobre o comportamento posterior na infância. Os resultados sugerem que os sintomas de DRS devem exigir atenção logo no primeiro ano de vida.

Referência:
Bonuck K, Freeman K, Chervin RD, Xu L. Sleep-disordered breathing in a population-based cohort: behavioral outcomes at 4 and 7 years. Pediatrics. 2012 Apr;129(4):e857-65. [Link]

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