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Quase metade das crianças com autismo foge de casa

sábado, 13 de outubro de 2012 0 comentários
A mídia vez por outra publica reportagem sobre pessoas autistas desaparecidas. Apenas para citar alguns exemplo, o Chicago Tribune divulgou em junho deste ano que um garoto autista foi encontrado por policiais a mais de 40 km de distância de casa. O garoto foi encontrado correndo junto de outros garotos, mas, obviamente, completamente deslocado do grupo de desconhecidos. Em julho, a ABC exibiu reportagem sobre um homem autista de 28 anos que ficou perdido durante 3 semanas no deserto de Utah. O homem, que havia saído para um passei com o cachorro, sobreviveu se alimentando de raízes e sapos. No final do ano passado, a CNN também havia comentado sobre o caso de um menino de 8 anos que ficou 5 dias numa floresta. O garoto havia fugido dos pais durante um passeio no parque. Nos dias seguintes, quase 6 mil voluntários se mobilizaram para percorrer todo o bosque em busca do garoto.

Casos como esses não são raros. Estudo publicado neste mês na Pediatrics mostrou que 49% das crianças com autismo haviam fugido pelo menos uma vez após os quatro anos de idade. Os autores do trabalho examinaram 1218 crianças com autismo e 1076 irmãos dessas crianças sem autismo. Entre os "fujões", 26% ficaram desaparecidos tempo o suficiente para causar preocupação. Algumas crianças tentam fugir várias vezes num dia, o que causa uma sobrecarga tremenda nos familiares. Quanto mais grave o autismo, maior a probabilidade de fugir. Os irmãos sem autismo têm um risco significativamente menor de fugir (apenas 13% haviam fugido).

Segundo os autores, as crianças tipicamente fogem para os lugares de que gostam, para explorar ou para escapar de uma situação aversiva. Em virtude das dificuldades sociais e comunicativas, eles têm dificuldade em conseguir ajuda para retornar para casa. Esse comportamento, longe de parecer algo banal, coloca as pessoas com autismo em grave risco de morte ou de se machucarem gravemente. Além de medidas terapêuticas específicas para lidar com as crianças que fogem com maior frequência, todos os pais devem adotar medidas gerais para dificultar o comportamento de fuga, como travas nas portas e, em casos mais graves, pulseiras ou colares de identificação.

Referência:
Anderson et al. Occurrence and Family Impact of Elopement in Children With Autism Spectrum Disorders. Pediatrics 2012. [Link]

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