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Escolas: não suspendam, não expulsem.

domingo, 3 de março de 2013 0 comentários

A Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou recentemente uma recomendação em que afirma que disciplinar estudantes com suspensão ou expulsão da escola é contraproducente para os objetivos da escola e só deve ser usado após análise cuidadosa de cada caso.

A declaração política recomenda que os pediatras se familiarizem com as políticas de seus distritos escolares locais e defendam prevenção e estratégias de alternativas. "O efeito adverso da suspensão e expulsão no aluno pode ser profunda", escreveram os especialistas em Pediatria. "Os dados sugerem que os alunos que estão envolvidos no sistema de justiça juvenil foram suspensos ou expulsos no passado em frequência elevada. Além disso, os estudantes que vivenciam suspensão e expulsão da escola têm até 10 vezes mais chances de abandonar o ensino médio do que aqueles que não sofreram esses tipos de punição", acrescentam.

Kathy Cowan, diretor de comunicações da Associação Nacional de Psicólogos Escolares em Bethesda, Maryland, disse que sua organização apoia largamente as declarações da AAP. "Às vezes, a suspensão e expulsão são absolutamente necessárias, mas não são eficazes para melhorar o comportamento em geral", Cowan disse à Reuters Health. A AAP diz que os alunos que são punidos com suspensão e expulsão escolar podem ser deixados sem supervisão durante o dia e se envolver em mais um comportamento inadequado. Os especialistas também dizem que suspensão e expulsão não lidam com possíveis problemas subjacentes, como abuso de drogas, a tensão racial, a violência e a intimidação/bullying. Além dos custos incorridos pelo distrito escolar de audiências disciplinares e prestação de serviços para a criança, os pediatras dizem que há também um custo para a sociedade. "Alguém que evade do ensino médio vai ganhar 400.000 dólares a menos ao longo da vida do que um graduado do ensino médio. Essa pessoa também vai pagar 60.000 dólares a menos em impostos", eles escrevem.

Para evitar suspensões e expulsões, os pediatras sugerem:
1) desenvolvimento de intervenções precoces para crianças pré-escolares,
2) identificação precoce de crianças que podem ter problemas na escola e
3) códigos de conduta claras.

Especificamente, eles recomendam uma intervenção comportamental positiva e um programa de suporte como ferramentas preventivas alternativas que ensinem comportamentos adequados para toda a escola e que abordem problemas em grupos bem como individualmente. A AAP também convoca os pediatras para triar e reconhecer problemas de comportamento na infância, para estar em comunicação com a equipe da escola, para auxiliar os alunos que necessitem de acomodações especiais e para ser adequadamente compensados ​​pelo seu envolvimento. Cowan disse que a AAP deveria ser aplaudida por seus esforços. "O pediatra é uma voz muito importante sobre estas questões, porque os pais confiam nos pediatras e eles estão vendo os filhos", disse ela.


Tradução livre do texto de Andrew M. Seaman, publicado na Reuters Health em 25 de fevereiro de 2013. [Link]

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