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Jantar em família ajuda crianças a lidar com o cyberbulling

quinta-feira, 21 de setembro de 2017 0 comentários
As crianças que vivenciam o bullying pela internet (ou cyberbullying) são vulneráveis ​​a problemas de saúde mental e de uso de substâncias do mesmo modo que aquelas que são vítimas do bullying presencial. No entanto, um estudo de Elgar e
colaboradores, da Universidade McGill, sugere que mais tempo se comunicando com seus pais pode ajudar a protegê-las dessas conseqüências prejudiciais.

Por exemplo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 18 mil adolescentes em 49 escolas em Wisconsin e observaram que jantares familiares regulares pareciam ajudar as crianças a lidar com o bullying pela internet. Mas eles dizem que o tempo de conversação com os pais em carros ou outras ambientes também pode ajudar a proteger contra os efeitos do cyberbullying.

Cerca de um em cada cinco alunos disse que eles foram intimidados na Internet ou por mensagens de texto pelo menos uma vez no ano anterior. O cyberbullying foi mais comum para as meninas, para crianças que já haviam sido vítimas de bullying presencial e para aqueles que eles mesmos também haviam feito bullying com outras crianças pessoalmente. O cyberbullying tende a aumentar à medida que os alunos envelhecem.

Os jovens que sofreram cyberbullying são mais propensos a relatar problemas de saúde mental como ansiedade, automutilações, pensamentos de suicídio, brigas, vandalismo e uso de substâncias. Algumas pesquisas indicam que quase 20% das crianças que sofreram cyberbullying relataram um episódio de depressão, enquanto cerca de 5% relataram tentativas de suicídio ou uso indevido de medicamentos sem receita médica. Os adolescentes que costumavam sofrer cyberbullying tinham mais de o dobre de chance de se embebedarem e se envolver em brigas, vandalismo ou tinham pensamentos suicidas, e tinham mais de quatro vezes a probabilidade de terem abusado de drogas do que aqueles que nunca sofreram cyberbullying.

Uma pergunta de pesquisa perguntou quantas vezes a cada semana o adolescente jantava com sua família. À medida que o número de jantares familiares semanais aumentava, os problemas de saúde mental para crianças que sofriam cyberbullying diminuíram. Esse efeito positivo do diálogo familiar também foi observado mesmo nas crianças e adolescentes que não sofriam cyberbullying. Os pesquisadores não investigaram o conteúdo dos diálogos, mas o fato é que os familiares estavam passando mais tempo juntos cara a cara.

Os pais que têm a oportunidade de conversar com seus filhos sobre problemas de bullying devem enfatizar que não foi culpa da vítima e que a criança ou adolescente não deveria reagir ou retaliar. Quanto mais contato e comunicação houver com os jovens, mais oportunidades eles têm para expressar problemas e discutir estratégias de enfrentamento. Há pesquisas que sugerem que, de fato, o jantar em família aumenta a comunicação entre pais e filhos, mas há muitas variáveis confundidoras que impedem uma conclusão no sentido de que há algo de especial no momento do jantar. Muitas famílias não conseguem juntar os familiares para o jantar, mas isso não significa que as crianças ficarão prejudicadas, pois a comunicação entre os familiares ainda pode acontecer. A mensagem que vem desse estudo é: CONVERSE COM SEUS FILHOS!
Referência: Elgar et al. JAMA Pediatr. 2014;168(11):1015-1022. [Link]

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