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Os animais de estimação podem melhorar um pouco as habilidades sociais de crianças com autismo

quinta-feira, 21 de setembro de 2017 0 comentários

Ter um animal de estimação em casa pode desempenhar um papel relevante no desenvolvimento das habilidades sociais de algumas crianças autistas.

Gretchen K. Carlisle estudou se ter um animal de estimação na família poderia fazer a
diferença para crianças com autismo. Para fazer isso, uma entrevista por telefone foi realizada com 70 pais de crianças diagnosticadas com um transtorno do espectro autista. Os pais responderam perguntas sobre o apego de seus filhos ao animal de estimação e as habilidades sociais da criança, como comunicação, responsabilidade, assertividade, empatia, participação e autocontrole. As crianças e adolescentes do estudo, entre 8 e 18 anos, também foram entrevistados sobre seu apego aos animais de estimação. Todas as crianças tinham um QI mínimo de 70.

Verificou-se que, no total, havia 57 famílias com animais domésticos. Destas famílias, 47 tinham cães e 36 tinham gatos. Algumas famílias possuíam peixes, animais de fazenda, roedores, coelhos, répteis, um pássaro e uma aranha. O estudo não mostrou diferenças significativas nas habilidades sociais gerais ou individuais entre crianças que tiveram cães e aqueles que tinham outros animais, mas ter um cão por períodos maiores se correlacionou levemente com melhores habilidades sociais e com menos problemas comportamentais depois de considerar a idade da criança. Em comparação com as 13 crianças sem animais de estimação, aqueles que tiveram algum animal em casa mostraram um pouco mais de assertividade (por exemplo, a vontade de se aproximar ou responder a outros).

Apesar de as terapias com animais, como a equoterapia, serem bastante populares entre familiares de pessoas com transtorno do espectro do autismo, as pesquisas na área de animais de estimação para crianças com autismo é muito recente e limitada. Este trabalho da Carlisle em particular possui uma série de limitações e pode ser considerado apenas como um pequeno teste de hipótese. Uma conclusão definitiva sobre o efeito benéfico seria possível apenas com um grande ensaio clínico, com randomização da amostra. Seria difícil fazer um ensaio duplo cego e controlado por placebo com animais, mas se deve tentar controlar os potenciais vieses o máximo possível. Porém, imagina-se que talvez os animais ajudem a funcionar como uma espécie de ponte de comunicação, dando a crianças autistas algo para conversar com outras pessoas.


Carlisle GK. The social skills and attachment to dogs of children with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2015 May;45(5):1137-45. [Link]

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