
No entanto, sabemos dos fatores de confusão dessas variáveis. Por exemplo, o QI dos filhos é fortemente dependente do QI dos pais. Porém, ele também pode ser influenciado pelo ambiente doméstico, que, por sua vez, pode ser afetado pelo mal-estar dos pais (em decorrência de sobrecarga e outros fatores estressantes físicos ou psíquicos). De fato, as associações que inicialmente pareciam bastante fortes foram bastante atenuadas quando os modelos estatísticos ajustaram, simultaneamente, para todos as quatro potenciais variáveis mediadoras. A importância de se levar em consideração as questões ambientais foi brilhantemente abordada em postagem recente do blog do Prof. Vitor Haase da UFMG (Clique aqui para acessar o texto).De todo modo, o estudo é importante, pois ressalta que as crianças cujos pais se saem mal em testes de QI podem ter um risco aumentado para problemas de conduta, emocionais e de atenção. Apesar de o ambiente em casa, mal-estar dos pais e o QI da própria criança poderem ter um papel na explicação destas associações, as instituições de saúde, educação e assistência social devem estar atentos e fornecer o auxílio necessário para os pais com déficits cognitivos.
Referência:
Whitley E, Gale CR, Deary IJ, Kivimaki M, Batty GD. Association of maternal and paternal IQ with offspring conduct, emotional, and attention problem scores. Transgenerational evidence from the 1958 British Birth Cohort Study. Arch Gen Psychiatry. 2011 Oct;68(10):1032-8.
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